segunda-feira, março 21, 2005

 

_Minha mãe x DVD

Na última semana meu pai resolveu comprar um DVD Player para deixar a família mais feliz. Depois de muito pesquisar, conseguimos preço bom, frete grátis e ainda um desconto. Foi realmente muito satisfatório até o momento em que chegou o primeiro domingo. Aquele dia que se reserva para juntar todo mundo e assistir a um filminho. Qual o problema nessa história? É a relação dolorida entre o controle remoto do “objeto de adoração” e minha mãe. Foi tanta confusão que às vezes pensei que era tudo culpa do controle ou do player ou do filme ou até de Nicole Kidman!

O que acontece é que ela associa as teclas de navegação (as setinhas) com as de mudança de volume e de canal do controle da TV. Foi um problema para ela conseguir achar o botão para aumentar o volume do aparelho de DVD, que na cabeça dela seria semelhante ao da TV, uma seta para esquerda para aumentar e para direita para diminuir, só que isso no DVD só serve para navegar pelos menus, o botão de volume mesmo fica lá no rodapé e tem os botões bem pequenos.

Outro e ainda mais grave problema foram os menus interativos. Como cada DVD tem seu próprio menu personalizado ela não entendia sequer como fazia para começar a ver o filme.

Analisei na minha cabecinha que não era possível uma coisa que é tão simples para tanta gente fosse uma coisa tão complicada para ela, mas depois notei que com meu pai foi ainda pior. Ele não sabia nem que tecla usar para abrir a gavetinha e inserir o disco.

Cheguei à conclusão que isso não é tão difícil assim de entender. O problema está em toda uma geração. Geração essa que teve como maior experiência de interatividade a Televisão. Não foram acostumados a usar menus, a navegar, a interagir de verdade com a máquina. Ficaram passivos enquanto as notícias eram jogadas pelos telejornais, as novelas eram exibidas ou mesmo com o vídeo cassete que ao colocar um VHS começa a exibir sozinho o filme sem as vantagens de escolher as legendas, áudio, capítulos que dividem o DVD...

Ouvi minha irmã falar numa hora de agonia extrema: “Calma, a senhora vai aprender a mexer melhor nisso quando estiver mexendo no computador”. Até pode ser verdade.

É que matriculei minha mãe num curso de informática esse ano e já depois de duas aulas teóricas de hardware, a vejo bem empolgada conversando comigo sobre placa mãe, gabinete e memória RAM. Até o fim do curso veremos o que de evolução teremos para essa geração carente de interação.






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